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Três pela manhã

Atualizado: 16 de mai. de 2022


Texto de Chuang Tzu (*)

Toda vez que gastamos nossas mentes, apegando-nos teimosamente a uma visão parcial das coisas, recusando uma concordia mais profunda entre este ou aquele contrário que o complementa, temos o chamado «três pela manhã». O que vem a ser esse «três pela manhã»? Um domador de macacos dirigiu-se a eles e disse-lhes: «Quanto às suas castanhas, vocês terão três quantidades pela manhã, e quatro à tarde». Ouvindo isso, os macacos ficaram com raiva. Então, o domador lhes disse: «Está bem, neste caso, eu lhes darei quatro pela manhã e três à tarde». Ouvindo isso, os macacos ficaram satisfeitos. As duas sugestões eram equivalentes, pois o número das castanhas não se alterava. Mas, em uma delas os macacos ficavam descontentes e, na outra, ficavam satisfeitos. O domador teve vontade de modificar a sua sugestão pessoal, de modo a satisfazer às condições objetivas. E nada perdeu com isso! O verdadeiro sábio, considerando todos os lados da questão imparcialmente, vê-os todos à luz do Tao. A isto chama-se seguir dois cursos de uma só vez.

(*) Chuang Tzu foi um grande filósofo taoísta do Séc. IV a.C., os textos aqui publicados são fruto de um grande esforço de compilação e meditação de Thomas Merton, um monge católico do Séc. XX d.C. que estudou os textos de Chuang Tzu em várias fontes, nenhuma delas sendo a original, mas traduções da fonte original. Finalmente, coube a Paulo Alceu Lima traduzir a Merton, do inglês para o português, conforme visto no livro “A Via de Chung Tzu” (Ed. Vozes, esgotado)

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