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Iniciação no Novo Aeon: Self como Redentor

Atualizado: 7 de abr. de 2022


Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei. Nota: originalmente escrito em 20 de abril de 2009

4) Auto-Redentor “Não há outro deus senão o homem” – “Liber OZ”

Um atributo comum dos sistemas do Velho Aeon é a insistência deles na infâmia, na pecaminosidade e no desamparo da humanidade. Nesta visão, a humanidade está naturalmente em um estado de cegueira, surdez e mudez espirituais; não sabemos o que é melhor para nós mesmos, e estamos sem objetivo quando deixados sob os nossos próprios recursos. Isso muitas vezes se traduz na necessidade de se entregar a um poder superior fora de si: à classe sacerdotal, ao guru, a Deus e, mais recentemente, ao Estado. No Novo Aeon, não colocamos fé na graça de nenhum deus ou guru; nós afirmamos que não há necessidade de tornar-se Iniciado para além de si mesmo. Como mencionado em uma parte anterior da “Nova Iniciação Aeon”, cada pessoa deve unir-se tanto com o Companheiro “inferior” (“o abismo de profundidade”, “aquela Criatura Cega do Limo”) quanto com o “superior” (“o abismo das alturas”, “a Imagem brilhante”) – aqueles aspectos de “Correto” e “Avesso” de si mesmos além da consciência atual do ego, que devem ser liberados, explorados e assimilados. Uma faceta muito importante deste “grande mistério” é que “aquele Companheiro é Você Mesmo. Você não pode ter outro Companheiro” (“Liber Tzaddi”, 34-35). Embora procuremos unir-nos com esses abismos além de nós mesmos (na medida em que o “eu” é aqui considerado como o eu-egóico), esses abismos são partes de Você Mesmo. Em termos psicológicos, são os aspectos inconscientes da psique humana, que não é apenas “abaixo” do ego (isto é, apenas “inferior”, impulsos animais, o “Qliphótico” em termos Cabalísticos, e “aquela Criatura Cega do Limo”), mas também está “acima” (na medida em que contém o “superior”, “divino”, o “Neschamah” em termos Cabalísticos,”a Imagem brilhante”).

Percebemos então que a Iniciação não consiste em “vir a Deus” ou receber “a graça de Deus”, conquanto consideremos um Deus separado ou “acima” de nós, mas, ao contrário, no Novo Aeon, é o processo de entendimento mais completo e verdadeiro de si mesmo que constitui a Iniciação. Isto é porque “Iniciação significa a Jornada Para Dentro” (Ensaios Pequenos para a Verdade, “Maestria”), e a Cabeça Divina (godhead) que buscamos não é outra coisa senão os nossos Verdadeiros Eus. Como Crowley escreve: “Vejais! O Reino de Deus está dentro de vocês, assim como o Sol permanece eterno nos céus, igual à meia-noite e ao meio-dia. Ele não se levanta: ele não se põe: ele é apenas a sombra da terra que o oculta, ou as nuvens sobre o seu rosto” (“De Lege Libellum”). Novamente, afirmamos que este Eu está sempre presente, mesmo no início da Grande Obra de conhecê-lo, embora normalmente funcionemos e voltemos ao estado de identificação com nossas mentes e corpos (isto é, nossa concepção egóica normal de eu).

Esta Obra de vir a revelar e identificar-se com o Verdadeiro Eu não requer a bênção dos sacerdotes, a capacitação dos gurus, a presença de um “Mestre”, a graça de Deus ou o financiamento do Estado. Cada pessoa deve “Levantar-se!” (Liber AL II: 78). Em certo sentido, é somente pela coragem, persistência e trabalho árduo do próprio indivíduo que a Grande Obra pode ser realizada. Em outro sentido, a Verdade – a realização do Verdadeiro Eu além das dualidades – não pode ser comunicada.

É tão inútil tentar comunicar a experiência da Unidade com Todas as Coisas quanto tentar descrever o vermelho para uma pessoa cega. Podemos usar metáforas ou analogias, mas elas nunca vão realmente entender até que elas próprias tenham experimentado isso. Como diz Crowley, “todos os segredos reais são incomunicáveis” (Magick em Teoria & Prática, capítulo 9), e isso porque “a verdade é supra racional” e, portanto, é “incomunicável na linguagem da razão (“Carta a um Probacionista”). Portanto, se há alguma “fé”, ela está na confiança conferida pela “consciência da continuidade da existência” (Liber AL I: 26). Essa percepção da Verdade só pode ser parcialmente comunicada via poética, metáforas, símbolos e analogias: é a experiência direta e individual do Verdadeiro Eu que traz a verdadeira compreensão da Verdade como Aquilo que está além das dualidades. Pode-se imaginar a percepção da Verdade como uma flor que se abre no coração de cada homem e de cada mulher: é algo inerente ao indivíduo que é revelado. A humanidade não é pecaminosa, degenerada, vazia ou não confiável, mas sim cada indivíduo é uma Estrela, cada uma fonte de Cabeça divina (Godhead), e cada um inerentemente Divino. É o trabalho do indivíduo perceber esta Divindade em si mesmo, conhecendo-se não como o ego, mas como o Verdadeiro Eu que transcende todos os opostos: “Olhai para vós mesmos e vedes Todas as Coisas que são na Verdade apenas Uma” (“De Lege Libellum”). Esta “consciência da continuidade da existência” não é fantasia sobrenatural, extraterrestre, supramundana ou póstuma: cada pessoa pode atingir esta consciência aqui na terra, durante esta vida.

“Todo homem deve superar seus próprios obstáculos, expor suas próprias ilusões”. – “Liber Causae”, linha 4

Amor é a lei, amor sob vontade. Link original: https://iao131.com/2010/09/08/new-aeon-initiation-self-as-redeemer/

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